Recentemente, o BRANA recebeu um pedido de um dos nossos projetos, o Echo Bay Dory Skiff, projetado pelo parceiro Clint Chase, o qual representamos com exclusividade no Brasil. O cliente tinha a intenção de construir o barco do zero, ou seja, sem cortar o kit que acelera muito a construção, mas que também dá um toque mais tradicional à construção.

Echo Bay Dory Skiff, o futuro Boto (Fonte: Chase Small Craft)
Echo Bay Dory Skiff, o futuro Boto (Fonte: Chase Small Craft)

Esse pedido, entretanto, tinha apenas um ponto fora da curva: seria financiado coletivamente. Mas o que é isso? E como funciona? Bom, o financiamento coletivo é uma excelente opção no caso que vamos mostrar aqui porque trata-se de uma causa que envolve o desenvolvimento de um projeto de interesse coletivo. Nesse caso específico, o interesse é o desenvolvimento da cultura náutica e da conscientização ambiental na Baía de Guanabara, duas questões que impactam diretamente todos os potenciais apoiadores, e que podem se converter em recompensas – e é aí que reside o segredo do apoio – para todas as pessoas que desejam contribuir financeiramente para um projeto que a priori nada teria a ver com elas próprias.

Para empreender um projeto coletivamente é preciso, entretanto, que essa causa tenha algum apelo e que possa ser de fato convertida em benefícios diretos para os apoiadores. É necessário mostrar o que o financiador ganha “em troca” do seu apoio ao projeto. Todas essas informações são então apresentadas ao público através de uma plataforma dedicada a esse tipo de financiamento. Existem diversas opções de plataformas na internet e fica a cargo do empreendedor do projeto decidir-se pela mais interessante. É importante atentar para as taxas praticadas pela plataforma, já que o dinheiro para pagar o serviço deve ser proveniente, sobretudo, justamente da arrecadação bruta do projeto.

Fonte: news.bitcoin.com
Fonte: news.bitcoin.com

Outro detalhe muito importante é a natureza desse tipo de campanha, que em geral é no esquema tudo ou nada, ou seja, você vai arrecadar toda a quantia pleiteada ou todo o dinheiro será devolvido aos apoiadores. Não há meio termo. Isso é importante para garantir a viabilização do projeto e, evidentemente, que todos os apoiadores recebam suas devidas recompensas. Ninguém quer saber de um projeto que se inicia e que de repente é interrompido porque a meta orçamentária não foi alcançada.

E porquê financiar coletivamente um barco? Bom, barcos são empreendimentos minimamente dispendiosos, o que já configura o financiamento coletivo como uma boa “mão na roda”. Mas isso, em geral, não é suficiente. No caso do Fellipe, o cara por trás do projeto que mencionamos aqui, a ideia nasceu de um projeto maior que o barco, o Boto, que seria não só uma construção particular, mas uma plataforma de disseminação da cultura náutica e da conscientização ambiental na Baía de Guanabara. Fellipe faz parte do grupo que atua na Casa Sapucaia, em Santa Teresa, que já vem desenvolvendo trabalhos de cunho cultural e social a algum tempo. O Boto seria então construído dentro da casa e pelos próprios ocupantes. Então não, não é um barco particular que está sendo construído às custas de terceiros – apesar de isso ser possível, no caso de você estar pensando em fazer uma vaquinha com amigos e familiares para construir o seu sonho. O Boto é uma iniciativa incluída numa causa maior e que tem contrapartidas para seus “padrinhos”, como o uso do barco para todos os que apoiam o projeto e convites gratuitos para festas de lançamento, entre outros benefícios. É preciso ser criativo para atrair a atenção para sua causa, e esses caras fizeram isso.

Não se pode esquecer do investimento mais do que necessário em material de divulgação, formatação, arte e outros aspectos que qualquer campanha requer para ter uma boa circulação entre o público que você mira.

O que queremos mostrar com essa história é que é sim possível construir o seu barco através de financiamento coletivo, mas não é tão simples quanto possa parecer. Pense num projeto bem fundamentado e preocupe-se com todos os detalhes da composição, principalmente com o resultado, que tem que aparecer. Financiar coletivamente significa transformar o seu antes projeto particular em um empreendimento de interesse amplo e coletivo. Então antes de partir para essa opção, imagine-se rodeado de olhares que de repente estarão esperando ansiosamente o seu sonho sair do papel, muitas vezes, tanto quanto você.

Para conhecer, apoiar e se inspirar no projeto do Boto, acesse aqui!

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3 Responses
  1. André

    Estou gostando desse site… Não que os que eu estava buscando informações não sejam bons, mas após ter visto muita coisa interessante aqui, e por último, ler este artigo, muita coisa sobre o que eu realmente busco, desejo, e até necessito, começou a se tornar em minha mente, mais ‘organizado, claro”, coerente e acessível. Foi depois de ler e assistir o vídeo dessa publicação que, definitivamente, acreditei e me identifiquei com o que o Luiz Felipe diz na apresentação sobre o BRANA; “Somos essencialmente uma escola. Nossa missão é atender à uma demanda, ainda adormecida no Brasil, de cursos e projetos de pequenas e médias embarcações de esporte, lazer e serviço… queremos ajudar a desenvolver uma cultura náutica, extraindo o que há de melhor de todos nós, criando condições para novos rumos no setor naval no nosso país… Se você é projetista, venha colaborar. Mas se você for um entusiasta ou apenas curioso, venha se surpreender…” . Acho que o BRANA pode ser a primeira seta que me guiará rumo ao norte que busco. rrss Cursos, começo, mudanças profissionais, trabalho, sonhos, veleiro…

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