
Continuando nosso passeio pelas classes Olímpicas, vale falar da classe Laser, do nosso consagrado campeão Robert Scheidt. O Laser é um barco de casco de fibra de vidro, projetado por Bruce Kirby em 1969. O projetista aliou nesse barco simplicidade e performance de uma forma única, tornando-o uma das classes mais populares do mundo. É classe Olímpica masculina desde 1996 em sua configuração vélica tradicional, chamada de Standard. A classe feminina, por sua vez, veio apenas em 2008, com a introdução do Laser Radial, que tem uma modificação no tamanho da sua única vela, reduzida dos tradicionais 7,06 m² para 5,7 m².

É por esse motivo também que foi necessário inserir na classe diversas configurações de vela para poder estender a popularidade da classe também às mulheres e homens mais jovens, que não tinham esse físico específico. Nasceram assim o Laser Radial, que como dissemos, é atualmente a versão feminina do Laser nas Olimpíadas, e o Laser 4.7, que como o nome já diz, tem apenas 4,7 m² de área vélica, o suficiente para que jovens velejadores que saíram da classe Optimist (para crianças de até 15 anos) pudessem continuar se aperfeiçoando.
Outra característica dessa classe é que, apesar de ser um barco bastante simples, seu material não é tão banal assim. Há no mundo apenas alguns construtores autorizados pelo projetista a construir o barco. O mais famoso deles é a Laser Performance. Esse total controle da associação da classe favorece a popularidade pelo ponto de vista de evitar variações de casco, peso, velas e equipamento, mas também, e sobretudo no Brasil, encarece muito esse conjunto. Um barco novo precisa ser importado para o país, já que não há fabricantes nacionais homologados (a antiga Performance Sailcraft do Brasil – PSB – foi extinta ainda na década de 80) e quaisquer detalhes, como talas nas velas, precisam estar de acordo com o fabricante homologado, o que deixa muito pouco espaço para aqueles que querem se inserir na classe.
Mesmo assim, o Laser continua muito popular e se tornou um símbolo da vela no Brasil através das conquistas de Robert Scheidt. Sua simplicidade é a verdadeira tradução do que deve ser a vela: acessível e emocionante. Vai ser difícil encontrar substituto à altura.
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