O Finn é um barco de um tripulante, que possui apenas uma vela, com seu mastro posicionado bem à frente e uma enorme retranca. Essa chamada armação, ou a distribuição da sua vela, é proporcionalmente muito grande para o tamanho do barco, o que exige do velejador dessa classe um peso bastante elevado para poder escorar (contrabalancear) a força do vento.
Apesar do tamanho da sua vela, este não é um barco veloz; ou ao menos não tão veloz quanto o 49er ou o Nacra 17. O casco, medindo 4,5 metros de comprimento total, pesa cerca de 107 quilos quando totalmente montado e sua grande vela tem 10,6m² de área total. Desenvolvido em 1949, é um barco que se modificou muito pouco ao longo dos anos, ganhando melhorias essencialmente em sua fabricação, que hoje conta com mateiriais compósitos que não existiam quando foi desenhado. O casco, por regra, somente pode ser construído em fibra de vidro, para fins oficiais, mas a mastreação já é composta de fibra de carbono, garantindo maior rigidez e leveza ao conjunto. A vela, por sua vez, passou a ser fabricada de materiais diferentes do comum Dacron, tais como Technora, Polyester e Kevlar.
O Finn tornou-se popular já na década de 50, já que foi especialmente desenhado pelo designer sueco Rickard Sarby para os jogos olímpicos de Helsinki, em 1952. Desde então a classe participou de todos os jogos olímpicos e é a atual classe de peso pesado dos jogos. Com essa história, se tornou a classe mais longeva presente nos jogos olímpicos, estabelecendo-se também como o barco mais tático e exigente fisicamente no mundo.
O multicampeão dinamarquês Paul Elvstrom venceu nesta classe os jogos olímpicos por três vezes consecutivas: Helsinki 52, Melbourne 56 e Roma 60. O maior medalhista olímpico na vela, o britânico Ben Ainslie, também foi tricampeão olímpico nesta classe, vencendo em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012.
O representante brasileiro nesta classe durante os jogos olímpicos Rio 2016 foi Jorge João “Jorginho” Zarif , que ficou com a 4ª posição, tendo ele apenas 23 anos de idade. Ele já tinha sido, em 2013, campeão mundial da classe no campeonato sediado em Tallinn, na Estônia. Foi também bicampeão junior em 2009 e em 2013 e figura na cenário da vela mundial como uma grande revelação e uma promessa para o esporte.
